4º Domingo da Quaresma: “Deus amou tanto o mundo, que deu o seu Filho unigênito!”

Deus está presente na história da humanidade desde sempre por amá-la e se empenha com ela para “que todos tenham vida em abundância”. O amor é tão grande que Ele enviou seu único Filho para que quem crê tenha a vida eterna. Este amor vivido na prática fez Jesus abraçar a cruz e não voltar atrás diante do sofrimento. Aí entendemos porque o evangelista fala de Jesus levantado na cruz. Lá na cruz Ele não é um derrotado, ou simplesmente um mártir a mais. Ele é a fonte da vida, Ele é a vida, é Aquele que entrega a própria vida por amor e dá a vida àqueles que nele creem. Com a ressurreição de Jesus a vida adquire a eternidade. É a maravilhosa misericórdia de Deus agindo na vida e na história humana.

Na 1ª leitura, o autor das Crônicas faz referência ao ano 587 a.C., quando Jerusalém foi conquistada e destruída e o povo judeu foi deportado para a Babilônia. Para o autor, como também para o povo, esta tragédia aconteceu por causa da infidelidade do povo que não observou a vontade de Deus. Mas, de acordo com a leitura do autor, Deus é misericordioso e não abandonou o seu povo exilado. Mais ou menos 50 anos depois, apareceu um rei chamado Ciro que permitiu a volta do povo para a Judeia. Aí estava a ação misericordiosa de Deus que continuava presente na história do seu povo.

Na 2ª leitura, o autor diz que “Deus é rico em misericórdia e tem um grande amor” pelos seus filhos e filhas e por sua graça somos salvos. De fato, o amor de Deus por nós é infinito. Muitos pensam que Jesus veio ao mundo e depois morreu na cruz por causa dos nossos pecados. Na verdade, o que move a ação de Deus é o amor. E São João afirma que “Deus é amor”. Então podemos dizer, de acordo com a Teologia Franciscana, que mesmo se a humanidade não tivesse pecado, pelo infinito amor de Deus Jesus teria vindo morar no nosso meio. A morte na cruz foi o resultado da incompreensão dos poderosos religiosos e políticos que não aceitaram o Reino de Deus. Eles odiaram a luz e preferiram viver nas trevas, na mentira, como diz o Evangelho de hoje.

Para os cristãos do nosso tempo permanece o convite para seguir Jesus não apenas com o nome de cristão, mas com a adesão ao seu projeto de construir o Reino, viver na luz e fazer brilhar a luz da verdade, mesmo que isso signifique perseguição, difamação ou morte.

Frei Valmir Ramos, OFM